quinta-feira, 25 de dezembro de 2014

Sobre Metáforas e Comparações


Um acontecimento matutino me pôs a pesquisar sobre a diferença entre o burro e o cavalo. Muito me surpreendeu essa pesquisa e colocou-me a refletir. Por que será que aquela pessoa insistente, teimosa e ignorante normalmente recebe o nome de burro? Ou por que será que algumas pessoas são chamadas de asno, mula e jumento? E numa reflexão mais complexa, por que será que nomes de animais são costumeiramente atribuídos a humanos? Vai me dizer que você nunca achou alguma pessoa um gatinho(a)? 
O que leva as pessoas a atribuir nomes de animais aos humanos? Ora, os humanos estão sempre cumprindo ações e algumas dessas ações faz com que eles recebam determinados nomes, de acordo com suas qualidades. É da natureza humana fazer comparações, não a toa o homem, e principalmente o brasileiro, ser um ser metafórico. Às vezes deixamos de pensar em o quanto somos metafóricos e, o fato de atribuirmos nome de animais a algumas atitudes humanas só prova o quanto somos. Para os que não sabem, a metáfora é um tipo de comparação mais direta. Assim, se ao dizermos que fulano é forte como um touro fazemos uma comparação, na metáfora apenas afirmamos: fulano é um touro! E aqui chegamos ao indício de uma explicação para a dúvida inicial, mas isso continuarei a explicar no outro parágrafo, pois este já está muito longo e pode tirar o interesse do camarada leitor.

Já parou pra pensar sobre o que é uma comparação? Eu também não. Mas alguma coisa me sugere que tem a algo a ver com verificar semelhanças e/ou diferenças de uma coisa e outra, sempre em pares, por isso o nome “com/par” e a terminologia “ar”. Sendo assim, fazemos uma relação entre um algo e outro e procuramos nesses “algos” suas diferenças e semelhanças. A primeira pessoa que disse a frase “fulano é forte como um touro” com certeza relacionou a qualidade vigorosa do touro com a força de algum fulano. E assim, fez-se a relação. Porém, quando o assunto é metáfora parece que a coisa fica mais complexa, pois a metáfora também pode sugerir doses de ironia. Perceba que se eu disser “fulano é um touro”, não estou mostrando qual a qualidade da qual estou fazendo a comparação, apenas atribuindo o nome do animal como qualidade a alguém. Desta forma, a metáfora dá margem para eu comparar qualquer qualidade do touro ao fulano, até mesmo a qualidade de ter chifres. Mas isso, não ficará explícito no dizer, e sim no modo de dizer, ou seja, no contexto do enunciado.

Como já dito, o homem é um comparador por natureza, assim como também é um simplificador. E a metáfora nasce do desejo humano de simplificar as coisas. Simplificar tanto a ponto de às vezes poder causar confusões, propositais ou não. Por isso, se você quiser evitar ambiguidades prefira sempre utilizar a comparação ao invés da metáfora. Falando nisso, já parou pra pensar sobre o que é ambiguidade?

Nenhum comentário:

Postar um comentário